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Mais uma empresa de Elon Musk vira ré em processo de R$ 1,3 trilhão acusando fraudes envolvendo Dogecoin

Publicado em 08/09/2022 às 11:19

Até então, além do próprio Elon Musk, a Tesla e a SpaceX estavam arroladas no processo movido por um cidadão norte-americano que diz ter perdido todo seu dinheiro devido a um esquema de fraude baseado no Dogecoin promovido pelos réus.

O processo de US$ 258 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão na cotação atual) que acusa Elon Musk e suas empresas de fraude por promover o criptomeme Dogecoin (DOGE) ganhou seis novos réus, incluindo mais uma empresa do homem mais rico do mundo, a Boring Co, informou reportagem do Yahoo Finance.

Musk, a Tesla e a SpaceX já figuravam como réus em uma acusação formal apresentada à Justiça norte-americana em junho deste ano por um homem identificado como Keith Johnson. A vítima afirma ter perdido todas as suas economias devido a um "empreendimento ilegal de extorsão" criado por Musk para inflar artificialmente o preço do Dogecoin, e pede como reparação uma indenização de US$ 258 bilhões.

Além da inclusão da empresa de construção de túneis de Musk entre os acusados no processo, sete outros investidores supostamente lesados pelo esquema se juntaram a Johnson como querelantes. 

Como requerente do processo, Johnson se propôs a assumir a representação de todos os investidores que perderam dinheiro com o DOGE desde abril de 2019 até os dias de hoje. Os acusados alegam falsa e enganosamente que o Dogecoin é um investimento legítimo quando na verdade não tem valor algum, de acordo com a peça de acusação formal:

 "Dogecoin não é uma moeda, uma ação ou um título. Não é atrelada ao ouro, outros metais preciosos ou qualquer tipo de ativo. Você não pode comê-lo, cultivá-lo ou usá-lo. É simplesmente uma fraude pela qual 'maiores tolos' são enganados para comprar a moeda a um preço mais alto."
 

Elon Musk e o Dogecoin

Em uma manifestação pública no Twitter três dias após a abertura do processo, Musk escreveu que “continuaria apoiando a Dogecoin."

Posteriormente, em uma participação no Fórum Econômico do Qatar, o bilionário minimizou o papel que as criptomoedas possuem em seu portfólio e afirmou que seu apoio ao DOGE foi uma resposta a pessoas "não muito ricas" que o encorajaram a "comprar e a apoiar o Dogecoin":

"Eu nunca disse que as pessoas deveriam investir em criptomoedas. No caso de Tesla, SpaceX, e eu mesmo, pessoalmente, todos nós compramos algum Bitcoin, mas é uma pequena porcentagem de nossos patrimônios."

 

Possivelmente, Musk estava se referindo a jamais ter dito literalmente "comprem DOGE" ou "comprem Bitcoin", mas seu histórico no Twitter dificilmente o isenta de tal responsabilidade.

A aproximação de Elon Musk da comunidade do DOGE teve início em setembro de 2018. No ano seguinte, ele fez sua primeira declaração de amor ao criptomeme no Twitter após ter sido escolhido o novo CEO do Dogecoin em uma votação informal realizada no dia 1º de abril: "O Doge talvez seja a minha criptomoeda favorita. É muito legal", escreveu.

Às vésperas do natal de 2020, Musk publicou uma postagem que imediatamente fez o DOGE subir 25%, inaugurando seus esquemas - deliberados ou não - de pump and dump de ativos digitais.

Uma palavra: Doge

— Elon Musk (@elonmusk)

Nos comentários, ele ainda sugeriu que o DOGE poderia um dia se tornar a moeda oficial de Marte. Este tweet foi a primeira amostra do poder que Musk teria para influenciar o mercado de criptomoedas com suas postagens ao longo de 2021.

A partir dali começaram a surgir apelos para que o CEO da Tesla ajudasse elevar o DOGE a US$ 1,00, sendo que naquele 20 de dezembro o criptomeme fechara cotado a US$ 0,0046. Estava estabelecido o objetivo para 2021.

 

Em paralelo ao fenômeno WallStreetBets, que abalou o mercado tradicional com a suposta manipulação coletiva do preço da ação da Gamestop em janeiro, Musk, sozinho, fez o DOGE disparar 800%, atingindo US$ 0,08, com uma postagem da imagem de um cachorro na capa da revista “Dogue”.

Um dia depois de o Bitcoin chegar à máxima histórica de US$ 64.854, Musk reativou seus poderes para promover um novo pump do DOGE. Desta vez, valendo-se de uma imagem icônica postada sob a legenda: "doge latindo para a lua". Mais uma vez o impacto foi imediato e o Dogecoin subiu 260%, configurando aquela que seria a maior alta intradiária do criptomeme em 2021.

Após uma breve correção que se seguiu ao topo de abril, o Dogecoin iniciou um rali de alta no último dia do mês que só teve fim quando o DOGE atingiu a máxima histórica que ostenta até hoje: US$ 0,74 em 8 de maio. Dois dias depois, pela primeira vez na história pesquisas por Dogecoin no Google superaram buscas por Bitcoin.

Na ocasião, o DOGE tornou-se também a quarta maior criptomoeda por capitalização de mercado. Uma forte correção veio logo em seguida, derrubando o Doge para US$ 0,45 apenas três dias depois.

Um novo impulso de Elon Musk conseguiu reverter a tendência de baixa por um breve momento depois que ele fez uma postagem perguntando se a Tesla deveria aceitar o DOGE como meio de pagamento. Embora ninguém pudesse imaginar àquela altura, a época do ouro do Dogecoin havia passado. Não sem antes ter feito novas fortunas para aqueles que realmente acreditaram na moeda canina, inclusive um brasileiro autointitulado o milionário do DOGE e o criador do Ethereum (ETH), Vitalik Buterin.

 

Atualmente, o DOGE está cotado a US$ 0,06025, 92% abaixo do seu recorde histórico de preço, de acordo com dados do CoinMarketCap. As postagens de Musk já não possuem o mesmo efeito sobre a comunidade e ultimamente não têm impactado de forma significativa o preço do criptomeme.

CAIO JOBIM

Fonte: https://cointelegraph.com.br

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