Notícias / 3 tokens DeFi que subiram até 61% em uma semana na qual o setor recuou a níveis de abril de 2021

3 tokens DeFi que subiram até 61% em uma semana na qual o setor recuou a níveis de abril de 2021

Publicado em 21/06/2022 às 19:17

Valor total bloqueado em protocolos DeFi segue encolhendo, chega a US$ 92 bilhões e retrocede a níveis vistos pela última vez em abril de 2021.


As saídas de capital dos protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) seguem dando o tom de um setor que vem acumulando perdas maciças diante dos abalos que têm impactado o mercado de criptomoedas na primeira metade de 2022. Pela décima primeira semana consecutiva o valor total bloqueado (TVL) em protocolos DeFi registrou queda, e nesta terça-feira, 21, soma US$ 92,26 bilhões.

Pela primeira vez desde abril do ano passado, o TVL rompeu abaixo da marca de US$ 100 bilhões, em um sinal de que o pânico que tomou conta do mercado desde o colapso do Terra Classic (LUNC) teve impactos profundos sobre o setor.

Afinal, até que a espiral da morte liquidasse os mais de US$ 40 bilhões em capitalização de mercado do LUNC e da stablecoin algorítmica USTC, o Terra Classic era a segunda maior rede DeFi em termos de TVL, cujo valor total girava em torno de US$ 240 bilhões ao final da primeira semana de maio.

Em menos de dois meses, US$ 146 bilhões foram resgatados de protocolos DeFi. O recuo de mais de 60% do TVL afetou brutalmente todas redes, com exceção da Tron (TRX). Utilizando um expediente semelhante ao engendrado pelo Terra Classic – uma stablecoin algorítmica cujos depósitos podem fornecer rendimentos anuais de até 30% aos seus detentores – a Tron ocupou o vácuo deixado pela finada rede.

Mas mesmo a Tron, agora, começa a sentir os efeitos retardados do colapso. Em 12 de junho o USDD perdeu a paridade com o dólar e até agora não conseguiu restabelecê-la. Com isso, a rede observou uma queda de 12,22% no valor total bloqueado em seus protocolos DeFi nos últimos sete dias, liderando as perdas nesse período, de acordo com dados do DeFi Llama.

Em seguida, vem Solana (SOL), Fantom (FTM), Ethereum (ETH) e BNB Chain (BSC), com perdas semanais acumuladas de 9,7%, 8,4%, 6,4% e 5,2%, respectivamente. Apenas a Avalanche (AVAX) registrou um incremento em seu TVL nos últimos sete dias, de 2,8%. As informações são da plataforma de monitoramento de dados DeFi Llama.

O recente ciclo de baixa do mercado expôs os riscos inerentes a diversos instrumentos populares entre os usuários de protocolos de finanças descentralizadas, como as citadas stablecoins algorítmicas, derivativos de staking e operações de alavancagem.

As stablecoins algorítmicas não são sustentadas por ativos colateralizados. Como demonstrou o caso da TerraUSD, a perda da paridade pode ser fatal para a sobrevivência e a credibilidade de ativos que dependem da manutenção de um preço alvo fixo. 

Os derivativos de staking também têm se mostrado vulneráveis a oscilações em relação aos ativos subjacentes aos quais deveriam emular. Em especial o stETH, um token derivativo do protocolo Lido Finance (LDO) que representa Ethers mantidos em staking, resgatáveis na proporção de 1:1 uma vez que o Ethereum conclua sua transição para o algoritmo de consenso de Prova-de-Participação (PoS).

À medida que o pânico se instalou no mercado, o stETH passou a ser negociado com desconto no mercado à vista em relação à cotação do Ether. Alguns analistas sugerem que o próprio ETH possa ter desvalorizado em função da depreciação do stETH. Na tarde desta quarta-feira, 1 stETH está sendo negociado por 0,94 ETH – um desconto de 6%, de acordo com dados do CoinGecko.

Por sua vez, após um declínio constante nos últimos dois meses, a capitalização de mercado dos tokens DeFi se estabilizou em torno de US$ 37 bilhões nos últimos sete dias, em que os principais destaques do setor foram Synthetix (SNX), API3 e Uniswap (UNI).

Synthetix (SNX)

O Synthetix é uma exchange descentralizada (DEX) que oferece exposição on-chain a uma ampla variedade de criptomoedas e outras classes de ativos, além da possibilidade de negociação de derivativos e de contratos futuros.

Intitulados synths, estes ativos digitais são lastreados diretamente aos ativos subjacentes sem que haja a necessidade de que o usuário do protocolo possua-os de fato. A plataforma visa ampliar o espaço de criptomoedas introduzindo outras classes de ativos, além dos digitais, ampliando o acesso a outros mercados financeiros através da tecnologia blockchain.

Os tokens SNX são usados como colateral para os ativos sintéticos que são cunhados. Isso significa que sempre que os synths são emitidos, tokens SNX são bloqueados em um contrato inteligente.

O protocolo também mantém um pool de staking onde os detentores do token podem depositar seus tokens SNX para ganharem recompensas sobre parte das taxas de transação na Synthetix Exchange.

Lançado originalmente na rede Ethereum, o protocolo fez a transição para a rede de segunda camada Optimism (OP) para ajudar a reduzir as taxas de gás das transações e diminuir a latência do oráculo.

Recentemente, a Synthetix se associou à exchange descentralizada Curve Finance (CRV) para criar pools para os pares Synthetic Ether (sETH)/Ether (ETH), Synthetic Bitcoin (sBTC)/Bitcoin (BTC) e Synthetic U.S. dollar (sUSD)/3CRV, permitindo que os investidores convertam sintéticos como sETH para ETH com custos de transação baixos.

Dada a disposição dos investidores de manter tokens em vez de ativos sintéticos durante a recente liquidação do mercado, o Synthetix acumulou mais de US$ 1,02 milhão em receitas geradas por taxas de transação, mantendo-se atrás apenas da DEX Uniswap, do próprio Ethereum e do protocolo de empréstimos Aave neste quesito nos últimos sete dias, de acordo com a plataforma de monitoramento de dados on-chain CryptoFees.

Como consequência direta do crescimento do volume de negociação no protocolo, o SNX valorizou 61% nos últimos sete dias, saltando de US$ 1,86 em 14 de junho para US$ 3,01 nesta terça-feira, 21,de acordo com dados do CoinGecko. Com isso, o token atingiu uma capitalização de mercado de US$ 663,6 milhões e atualmente ocupa a 71ª posição no ranking de criptomoedas.

Desempenho semanal do SNX. Fonte: CoinGecko

 

API3

Para o pleno funcionamento da Web3, dados precisos e confiáveis são uma mercadoria valiosa. Neste contexto, os oráculos têm um papel fundamental para facilitar a transmissão de informações entre as fontes e as redes blockchain.

O API3 é um projeto que está adotando uma abordagem diferente para o desenvolvimento de oráculos, explorando interfaces de programação de aplicativos (APIs) para criar oráculos primários por meio do uso de APIs descentralizadas.

Em 20 de junho o API3 implementou uma solução que permite aos usuários do protocolo adicionar recursos de inteligência artificial e machine learning a aplicativos descentralizados (DApps), como por exemplo reconhecimento facial e resumo e transcrição de áudios em texto.

Além disso, em 17 de junho, os criadores do protocolo anunciaram que em breve irão lançar uma nova funcionalidade para incrementar a aleatoriedade do processo de mintagem de NFTs (tokens não fungíveis).

O anúncio destes novos recursos contribuíram para impulsionar o preço do token nativo do API3 ao longo dos últimos sete dias.

Em 14 de junho o API3 estava cotado a US$ 1,14. Desde então, apresentou uma valorização de 48,4% e na tarde desta terça-feira, 21, está sendo negociado a US$ 1,63, de acordo com dados do CoinGecko. O token atingiu uma capitalização de mercado de US$ 92,6 milhões e atualmente ocupa a 260ª posição no ranking de criptomoedas.

 

Desempenho semanal do SNX. Fonte: CoinGecko

 

Uniswap (UNI)

A Uniswap é um protocolo de código aberto que opera como um formador automático de mercado (AMM). Este modelo permite que provedores de liquidez criem pools para que os usuários possam intercambiar uma infinidade de tokens.

A Uniswap elimina intermediários confiáveis e formas desnecessárias de extração de valor, permitindo uma atividade de câmbio segura, acessível e eficiente. O protocolo também é projetado para ser resistente à censura.

A Uniswap tornou-se a exchange descentralizada (DEX) líder do mercado de criptomoedas em termos de volume de negociação. Originalmente implementada na Ethereum, hoje ela se tornou um protocolo multi-chain e está disponível também para os usuários da Polygon (MATIC) e das soluções de segunda camada Optimism e Arbitrum.

O UNI é o token de governança da DEX. Ele concede aos seus detentores o direito de participar ativamente das decisões a respeito do desenvolvimento do projeto. O design econômico da Uniswap determina que 100% da renda obtida através das taxas de negociação seja destinada aos provedores de liquidez (LPs).

Entende-se que eles merecem ser recompensados por se exporem aos riscos de perda impermanente ao travar seus fundos na plataforma para permitir a livre negociação de ativos à comunidade de usuários.

Embora não sejam diretamente beneficiados pelo volume movimentado diariamente pela Uniswap, os detentores do UNI podem acabar beneficiados pela expansão do protocolo no longo prazo.

Foi o que aconteceu esta semana, quando a DEX ultrapassou a Ethereum no volume total de receitas diárias geradas por taxas de transação, de acordo com a plataforma de monitoramento de dados on-chain CryptoFees. O crescimento impulsionou uma alta de 32% do token nativo da DEX nos últimos sete dias, período em que o UNI saltou de US$ 3,69 para US$ 4,88, de acordo com dados do CoinGecko.

Atualmente, a capitalização de mercado do UNI é de US$ 2,1 bilhões, o que o coloca na 29ª posição do ranking de criptomoedas.

 

Desempenho semanal do UNI. Fonte: CoinGecko

CAIO JOBIM

Fonte: https://cointelegraph.com.br

Subir

Newsletter

Assine nossa newsletter.
Queremos muito manter contato com você.

Sitevip Internet